quinta-feira, junho 25, 2009

Deus é Espirito

Recentemente li um artigo que tinha um título em forma de pergunta, mais ou menos assim: "Deus: homem ou mulher?" Essa leitura me fez refletir um pouco sobre como as pessoas entendem ser a pessoa de Deus.
As obras literárias da antigüidade, especialmente o Antigo Testamento, mostram a forma patriarcal da cultura daquela época, cultura essa que privilegiava a figura masculina, colocando a figura feminina em total estracismo, salvo raríssimas excessões. Embora alguns povos tivessem algumas deusas, no meio do povo hebraico Deus era tratado como se fosse do sexo masculino, o Abba, Pai. Creio que, por causa disso, muitos, senão a maioria ou totalidade das pessoas daquele povo, entendiam ser Deus uma pessoa do sexo masculino, assemelhado ao homem comum, mesmo sendo Deus. Entretanto, Jesus deixa bem claro que Deus é Espírito e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
O ser humano tem dificuldade para entender e lidar com o transcendental, com aquilo que é imaterial, invisível, intangível. As pessoas sentem naturalmente a necessidade de adorar algo possam ver, tocar, ouvir, cheirar etc. Isso acontecia normalmente com as culturas mais antigas. Prova disso encontramos no Antigo Testamento o relato de quando o povo, durante o êxodo, exigiu um bezerro de ouro para cultuar quando Moisés se ausentou para subir ao monte para receber as inspirações divinas. Mesmo depois da conquista da Terra Prometida, inumeráveis foram os casos de idolatria material no meio do povo hebreu.
Em pleno século XXI, após um longo tempo de evolução racional da humanidade, encontramos cristãos que pensam na pessoa de Deus como se tivesse forma humana do sexo masculino, ou que veneram imagens de escultura. Tal comportamento está muito distante da verdadeira comunhão com Criador. Concordo que o desenvolvimento de uma relação verdadeira com Deus exige concentração, estudo bíblico e compreensão do mundo em que vivemos, obra de Suas mãos. Mas esse relacionamento com com o Divino exige concentração e investimento de tempo. Muitos querem que Deus seja o construtor desse relacionamento, sem realizar qualquer ação de aproximação com ele. Isso é acomodação cultual: querer receber tudo sem dar nada como prova de humilde gratidão.
Muitos dizem que a ciência afasta o homem de Deus. Eu discordo desse pensamento. Ao efetuar algumas incursões no mundo científico através da porta da astronomia, consigo consolidar minha compreensão acerca de Deus. Consigo manter viva na minha mente a compreensão de que o Espírito de Deus envolve a todos nós de forma silenciosa e invisível. O fato de Deus ser silencioso e invisível não significa que não esteja presente ao nosso redor ininterruptamente e eternamente. Basta olhar para fora deste planeta, para cima de nossas cabeças, a olho desarmado ou munido de um instrumento ótico, para encontrarmos prova cabal da obra da criação que se espalha pelo universo silencioso, para entendermos que é no silêncio que Deus se revela e de que precisamos prestar atenção no silêncio e na invisibilidade de Deus.

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