sábado, dezembro 26, 2009

O aviso, a trombada, a conseqüência e afins

O dia era 22 de outubro de 2009. Passei a manhã fazendo uma limpeza por dentro do meu velho carro. Uma tarefa cansativa mas suportei naturalmente. Voltei para casa para almoçar. Acabo de almoçar e ela surge: aquela dor estranha, no centro e no alto do peito, desagradável forte. Logo ela se irradia para as costas. Não encontrava uma postura para ficar. Me sentia sufocado. Meu cérebro rapidamente reconheceu: é serio! Junte as forças que sobravam e gritei num gemido: Chamem um taxi e me levem para o hospital!!! Descemos rapidamente, a filha mais nova pega um taxi na esquina e, rapidamente, chegamos na emergência do Hospital Pasteur. Pressão 19. E tome remédio. E tome eletrocardiograma. E tira sangue. E ausculta. Providência imediata: internação; CTI. As opções eram três: infarto, angina ou isquemia. Levanta-se curva de enzimas: não é infarto. Passa o tempo. Vem a vez do exame por imagem, por cateterismo. Surgem as imagens: três artérias com obstruções. A posição das obstruções não permitem stent. Solução final: duas pontes de safena e uma mamária, em cirurgia no dia 4 de novembro de 2009. A alta vem rapidamente, em 9 de novembro. Hoje, 26 de dezembro, estou quase terminando os 60 dias de reclusão pós-cirúrgica. Caminhando três quilometros por dia. Algumas dores no tórax. Dieta (que tristeza). Razão disso tudo: colesterol e triglicerídeos altos, boca nervosa e sedentarismo. Tudo avisado. Mas a indisciplina mata.

O Senhor fez tudo perfeito. O corpo humano é uma máquina que tem sua forma de funcionamento. Fomos  feitos para nos alimentarmos sem exageros e para não ficarmos estáticos. Engenharia divina. Entretanto nem sempre observos esses simples preceitos naturais. Erramos e sofremos as conseqüências. Mesmo assim o Senhor disponibilizou recursos medicinais para corrigirmos, de alguma forma, os nossos desvios de rota. Graças a Deus por isso.

Agora, acho eu, tomo jeito. Doravante muitas frutas, muitos legumes, pouco amido, nenhuma gordura, nenhum açúcar. Vou sentir falta dos bolinhos de aipim e de bacalhau, dos pastéis, dos quibes. Quem sabe um em cada trimestre, somente para relembrar o sabor.

Enfim, em tudo devemos dar graças.

Louvado seja o Senhor